Com as palavras
tento retirar o nó no meu peito, que doi e sufoca, que deixa na boca o amargo
veneno das perguntas sem respostas, dos porque não e dos porque sim. Talvez um
dia eu consiga ser grata pelo amor rejeitado, consiga aceitar também a angustia
dos amores a quem eu disse não, que ainda hoje dançam ao meu redor, tal
como uma abelha, como se fosse eu a única flor no jardim.
Por hoje, não quero
saber, nem tão pouco me interessa explicações sem nexo, desculpas sem sentido,
palavras sem acções, desprovidas de pretensões e de esperança. Deixa-me hoje
aqui, tal e qual uma aluna do quadro de honra, aprendendo mais uma lição de vida.
Deixa-me esconder na penumbra da noite, imaginando a perfeição do amor, sentido
outras mãos pousarem calmamente no meu peito, perdendo-me no calor da pele, nas
corpos entrelaçados, na voz que me diz em surdina: Amo-te!
Vou deixar dormir a
serpente que me envenena e que se alimenta dos meus pensamentos, guardando a
certeza que de que nunca te irei esquecer mas irei de certeza habituar-me
à tua ausência!