quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O lado avesso do amor





“Sabemos quando alguem nos ama não pelo que a pessoa fala, mas sim pelo que faz”

Uma pequena frase constituida de simples palavras mas que alberga em si uma verdade inegável. O amor, por melhores intenções que as pessoas tenham, requer atitude e coragem para vivê-lo.

Não existe futuro numa relação quando um precisa de sentar-se calado esperando uma acção, algo que faça o universo avançar, algo que faça as peças girarem e se encaixarem. Amanha, sim amanha talvez...e o amanha chega e o amanha que era hoje vai sendo adiado continuamente, dia após dia, semana após semana, mês após mês. E um dia, num desses amanhas continuamente adiados, quem espera fica exausto com a dor, com o sofrimento, com o gesto que nunca chega, com o caminho não percorrido, com o mundo que não se move e que grita por mudança. E o amor morre. Não porque se deixou de amar mas porque o sofrimento não permite mais o viver à espera.

Viver à espera de uma escolha, viver à espera do “até acabar o curso”, “até que eu resolva a parte financeira”, “até que eu consiga separar-me”, “até que tenha um emprego”, ate que....até que nada aconteça. As escolhas são dificeis, os passos são dolorosos, o caminho é montanhoso mas a vida requer escolhas e decisões. São essas mesmas escolhas que nos fazem crescer e amadurecer. Um sentimento que não nos faz ter forças, um sentimento que não faz mover montanhas, que não nos permite mudar o curso do rio pode ser tudo, mas não é de certeza Amor.


Amor como Mário Quintana dizia “amor é quando a gente mora um no outro” e se um mora do lado de fora apenas um caminho é possivel: seguir em frente para um amor que esteja disposto a entrar para o lado do avesso de nós!

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Fechar a porta


O fechar a porta doi...

Doi por saber que nunca a ti cheguei. Doi por saber que nunca fui o alvo do café da manha com torradas com leite do dia e sumo de laranja com uma rosa vermelha colocada na bandeja, preparado com amor e carinho.

Nunca fui o calor do corpo na noite que acorda para embalar os sonhos. Nem por uma só vez fui a que esta ao teu lado no raiar do sol, nem tive o teu colo depois de um dia dificil, nem partilhei o riso de alegria ou o choro da desilução. Doi ver toda uma vida fugir-me por entre os dedos que nunca se entrelaçaram no aconchego do sofá.

Dói ainda mais saber que essa porta nunca esteve aberta, que tudo o que para trás ficou foi apenas uma miragem que se desenhou por uma pequena fresta de uma minuscula janela. Miragem essa que se esqueceu dos contornos dos corpos suados, da boca pedindo outra boca, de um coração batento em compasso com o outro coração, um ser fundindo-se em outro ser.

O trancar a porta doi e enloquece a alma que grita com tamanho furor que provoca o tombo do corpo que cai inerte nos despojos de um “se” que nunca se tornou real. E no som da fechadura, que range em agonia ao rodar da chave, passo a ser silêncio. Um silêncio embrulhado em saudades, num coração que se veste do avesso, cansado, ferido, machucado... por querer demais, por se sentir sosinho na madrugada fria...e no calar das palavras parto mesmo querendo ficar.


...e doi ainda mais saber que a deixaste fechar!

sábado, 7 de setembro de 2013

Um outro sonho!


Um sonho...um dia (talvez) terei um cantinho assim em casa.
Falta ali uns confortáveis sofás onde possa deitar-me e entregar-me ao prazer das palavras, um tapete gigante no chão e um pequeno grande pormenor: uma lareira!

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Somos nós!


Somos nós, com os nossos passos, que vamos fazendo o nosso próprio caminho. Há quem corra demasiado depressa e perca a alma no trajecto, há quem mude de ideias e arrisque um atalho, há quem não saiba escolher a melhor direcção quando chega a uma encruzilhada, há quem deixe pedras pelo caminho para não se perder, se precisar de voltar para trás.


Não sei que espécie de caminhante sou, para onde vou, não sei. Nem sei para onde vais. Nem tu sabes. Pode ser que um dia acordes com uma luz nova, uma força desconhecida que te vai trazer até mim… Sei que há uma força estranha que me faz correr para ti, embora nunca, em nenhuma circunstancia, corra atrás de ti, porque não posso, não me é permitido interferir no teu destino e mudar o curso da tua vida. Isso, terás que ser tu a fazê-lo, por ti e para ti, se assim o entenderes. Será que sentes a mesma força?

Margarida Rebelo Pinto




quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Quero o tudo!


Não quero apenas os sonhos que habitam as noites, nem as palavras doces e cheias de encanto que me dizes, muito menos quero apenas o som do lamento quando dizes que sentes a minha falta, que estou sempre no teu pensamento. Preciso de mais do que as palavras, quero mais, muito mais...

Quero-te nos meus sonhos sim, mas quero-te inteiro, de corpo, alma e coração com tudo o que é teu e com tudo o que poderia ser nosso. Quero não apenas esse sonho, mas quero sim o sonho sonhado a dois, olhos nos olhos, pele contra pele. Quero o bau dos medos aberto e partilhado e os segredos compartilhados, quero as lagrimas que caem do meu rosto secas pelos beijos teus e que tenha sempre os teus braços para me proteger das insanidades deste mundo e para que fazes de mim também o teu abrigo.


Quero mais do que palavras, quero mais do que castelos no ar...Quero o tudo , não quero apenas o nada!

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Quando o amor acaba

Os poetas proclamam nos seus versos que o amor é eterno. Dizem os romances nas últimas letras da última página “ e viveram felizes para sempre”. Vemos nos filmes o beijo apaixonado antes do prelúdio da palavra fim, deixando no ar a certeza que o sentimento do amor por nada será vencido, que nunca acaba...

Mas acaba...o amor acaba e torna-se infértil dentro de nós, deixando secar as suas raízes, deixando em nós a aridez do deserto.

Sim o amor acaba. Acaba numa esquina qualquer, depois dum jantar comido entre meia dúzia de palavras ditas quase por obrigação ou no sabor do café que se toma já em silêncio. O amor acaba quando as mãos já não se procuram no passeio de Domingo ou no encostar da cabeça no ombro no escuro do cinema que não acontece.

O amor acaba quando a distância que nos separa é maior que a Oceânia mesmo quando o outro esta ali, á distância de uma mão. Acaba quando os corpos já não tremem de desejo, quando as costas se viram na noite que alberga o cansaço do dia e a solidão passa a ser a única companhia nos minutos compassados do relógio.

O amor acaba quando tudo o que fazemos nos ocupa mais tempo e nos dá mais prazer que a companhia do outro, quando evitamos o deitar juntos e consequentemente o toque na pele e  a intimidade que há muito deixou de existir e o beijo com sabor a paixão já se esqueceu .

O amor acaba quando passamos a admirar o desconhecido que se senta na mesa ao lado da nossa no café ou a colega de trabalho que sempre nos sorri com um bom dia, mesmo que saibamos que é por pura educação.

Sim, o amor acaba quando os sonhos já não são compartilhados e os planos deixaram de ser repartidos. Acaba quando olhamos para o outro e não sentimos a cumplicidade no olhar, nem a segurança do sentimento que devia pulsar no olhar, na vontade de ser e fazer o outro feliz!