sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Paixão!



Ao ouvir a palavra paixão muitas são as reações, muitos são os pensamentos que assolam a nossa massa cinzenta. Para uns o sorriso terno acompanhado de um olhar, que lhes lembra a grande paixão da vida cheia de encanto e loucura, para outros memórias menos boas, repletas de dor, lágrimas e mágoa. Para outros ainda o mistério do sentir pois até hoje essa feliz agonia não passa de uma utopia nunca sentida ou vivida.

Paixão! Esse sentir que nos faz perder o juizo, o senso, toda a razão e o chão. Que nos faz querer e desejar, mais e mais, que nos faz viver na corda bamba, sempre à flor de pele. Sentir o coração acelerado, os pensamentos soltos e com vida sempre em direção à pessoa amada. A pele que queima, o toque que nos eleva, o beijo que nos faz flutuar.

Paixão! Que um dia grita e vive intensamente dentro de nós e que no outro nos abandona deixando-nos sosinhos no meio de uma multidão, perdidos na mais completa escuridão. O olhar perde o brilho, o corpo perde o desejo, o sol esconde o seu brilho na opacidade das nuvens, e caimos sem paraquedas da nossa bola gigante multicolor feita de sabão na qual viviamos.

Passamos a caminhar novamente nas pedras da calçada, percorrendo os dias todos iguais numa rotina cinzenta e sufocante. Fechamos dentro de nós os sonhos os desejos, o pulsar no peito que anseia desesperadamente por sentir de novo a paixão.  

E é de noite, quando a lua se enche de brilho, que nos escondemos entre a penumbra das paredes do quarto e sentimos a falta de alguem que nos admire, de alguem que possamos adorar, de alguem que nos faça delirar com o sabor dos seus lábios, o calor da sua pele, o toque de suas mãos em nosso corpo. Que nos faça sentir o bater no coração entre as pernas e que por fim, exaustos de prazer, nos aconchegue nos braços e nos faça sentir que somos um, unidos de corpo, alma e coração.