Somos do tecido que são feitos os
sonhos assim o dizia William Shakespeare...mas de que são feitos os sonhos...
Será que são feitos de esperança,
da ilusão que pintamos desde o berço em que nascemos até aos dias de hoje em
que caminhamos muitas vezes por estradas nunca antes imaginadas?
Serão os sonhos apenas uma forma
de mentir, de enganar ao nosso eu interior que rivaliza constantemente com o nosso
eu exterior que teima em seguir por insinuosos e montanhosos caminhos quando lá
dentro gritamos e ansiamos pela maciez das verdes planices acariciando os
nossos pés?
Talvez sejam feitos das histórias
de encantar, dos livros que lemos na idade da revolta, das musicas que ouvimos
ou daquela atriz que admiramos que protagonizou aquele filme que até hoje vive
na nossa memória.
Ou quem sabe talvez sejam feitos
de plasticina ou de barro para que possamos molda-los há medida que os vestidos
deixam de nos servir e que os sapatos deixam de ser rasos e é-nos permitido
sair à rua com aquele salto agulha que nos faz sentir mais gente. E enquanto o
corpo cresce vamos dando forma aquela pasta maleável, invisivel aos olhares,
apertando aqui, retirando ali, fazendo nascer mais sonhos, reestruturando outros,
voltando a amassar os que no tempo estagnaram, numa busca interminável de um
amor que nos complete, da profissão que que nos preencha, dos risos que nos
fazem sentir bem, da amizade sincera que nos transforma em alguém melhor a cada
dia...e nessa incessante busca para encontrar o derradeiro sonho da felicidade
encontramos também os nossos pesadelos banhados por lágrimas, por dor,
desilução, tristeza e uma enorme vontate de fechar os olhos e de novo regressar
aquele tempo em que achavamos que os sonhos são nuvens de algodão doce e que
tudo é possivel nesse mundo de fantasia.
De tudo isto são
feitos os sonhos porque na verdade, somos mesmos feitos do tecido que são feitos
os sonhos!