segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A estrada da vida



As vezes perco-me em mim mesma, nos pensamentos que assolam a minha mente quando a noite chega e o silêncio é rei. Perco-me em todos os caminhos que percorri, em todos os momentos que vivi, nas pessoas que conheci, em cada palavra que ouvi, em cada frase que proferi.

Sinto-me a olhar a minha própria vida como uma personagem exterior, um narrador omnipresente que conhece o que se passa no meu íntimo todas as minhas emoções e pensamentos. Faço parte do meu enredo, estou em cada entrelinha, em cada riso de alegria, em cada lágrima de dor, em cada queda e em cada levantar.

Ouço ao longe a minha própria voz por vezes gritando, avisando-me “não vás por aí” outras vezes em surdina me diz “segue o teu coração”. Tantas e tantas vezes a ignorei, seguindo caminhos opostos, fingindo não ouvir.

Quantas vezes disse não, querendo dizer sim. Quantas vezes aceitei querendo dizer “nem pensar”. Quantas pessoas magoei , quantas vezes me feriram, quantas gargalhadas dei, quantas lágrimas cairam. Houve momentos que amei, a ponto de morrer, outros houve que me amaram e eu fiz sofrer. E mesmo depois de tantas estradas, de tanto amor dado, de tanta ferida cicatrizada, continuo a perder-me na minha própria estrada!