O cheio a carne pairava no ar, a sobremesa estava pronta e
lá fora o sol ainda brilhava. A mesa pronta a preceito, com copos de cristal,
as duas velas acessas e as flores no centro. A casa estava arranjada, cheirava
a limpo, e no frigorífico o champanhe gelava. Com calma e sem presa pois os
ponteiros do relógio ainda andavam a seu favor entrou no banho e deixou a água
quente escorrer pelo seu corpo. Sorriu e imaginou as próximas horas.
Havia já
algum tempo que as discussões faziam parte do seu dia a dia, que a tristeza habitava
aquelas paredes. Mas não hoje. Hoje tudo
estava preparado apenas para amar. Para deixar-se levar pelas doces sensações
do mais belo sentimento.
Vestiu aquela camisola rosa velho, justa ao corpo e longa
que parecia um vestido muito curto, e que lhe deixava os seios mais descobertos
que tapados. Maquiou o rosto, arranjou o cabelo e para finalizar colocou o seu
perfume....perfeito. Mesmo a tempo da campainha tocar.
Correu para a porta e o recebeu com um sorriso que lhe
iluminava o rosto, ansiando pelo momento em que ele a pegaria nos braços, em
que os seus lábios se tocassem e num
sussurro ele lhe diria “és perfeita”.
Ele olhou para ela, deu-lhe um breve beijo e apenas lhe
disse: “Estou muito cansado. Os meus pés estão doridos” e entrou dentro de casa caminhando em direcção ao corredor, deixando atrás dele mais uma vez a desilusão...
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