Depois de alguns anos, de muitos
risos e lágrimas, alegrias e tristezas, euforia e desilusão chegamos a um estagio da vida em que as perguntas são
cada mais, em que nos indagamos sobre o que fizemos até hoje, o que construímos, de onde viemos e para onde vamos.
Hoje dei por mim a perguntar-me o
que nos faz sentir numa relação, o que nos faz sentir que pertencemos a alguém
e que esse alguém nos pertence. Não no sentido de posse, mas no sentido de
complemento de nós mesmo, uma extensão do nosso corpo, da nossa alma e do nosso
coração.
Primeiro temos de gostar da
pessoa que está ali ao nosso lado, sem isso nada mais pode existir. Mas para
além do amor, amor de verdade e não aquele amor falso que existe nos dias de
hoje, movido por interesses pessoais e egoístas, é necessário que uma relação nos
faça sentir cem por cento à vontade com a outra pessoa: há vontade para
concordar e discordar, há vontade quando os corpos se unem sem vergonha e sem
medos, há vontade para contar os segredos mais sombrios, os sonhos mais loucos
e os desejos mais insanos. Mas para isso é necessário que exista uma
cumplicidade compartilhada e incondicional.
Uma relação tem que ter mãos
dadas na ida ao cinema, no passei de carro, no café à beira mar. Uma relação
tem também que ter entre-ajuda e apoio nem que seja enquanto um prepara o
jantar o outro coloca a mesa. Gestos do dia a dia que criam intimidade.
Uma relação deve ter momentos de
silêncios sem que nenhum dos dois se incomode ou se sinta constrangido. Tem que
servir para estimular o que o outro tem de melhor, tem que nos fazer querer
produzir, mas também nos fazer sentir maravilhosas mesmo de pijama e cara
lavada.
Para que haja uma relação temos
que nos sentir amparados nas nossas inquietações, para podermos confiar sem
receios, para sabermos que existem diferenças entre nós mas que em momento
nenhum essas diferenças magoam ou ferem ou outro. Tem que servir para rir e
brincar, na rua e em casa....principalmente em casa a dois.
Uma relação tem que servir para
acompanhar o outro ao médico, para repartir os problemas financeiros e cobrir
as despesas um do outro em um momento de aperto. Tem acima de tudo que cobrir
as dores um do outro num momento de tristeza e de dor, de compartilhar os risos
e as vitórias.
Uma relação tem que servir para
abrir uma garrafa de vinho e fazer amor pela noite dentro e no fim sentarmos e falarmos sem mentiras, sem
enganos, sem jogos. Numa relação devemos estar abertos um para o outro e
cientes que também devemos estar abertos para o mundo, para que juntos a
estrada da vida seja um lugar mais verdejante e plano para percorrer!