segunda-feira, 4 de junho de 2012

Amor a dois



Depois de alguns anos, de muitos risos e lágrimas, alegrias e tristezas, euforia e desilusão chegamos  a um estagio da vida em que as perguntas são cada mais, em que nos indagamos sobre o que fizemos até hoje, o que construímos, de onde viemos e para onde vamos.

Hoje dei por mim a perguntar-me o que nos faz sentir numa relação, o que nos faz sentir que pertencemos a alguém e que esse alguém nos pertence. Não no sentido de posse, mas no sentido de complemento de nós mesmo, uma extensão do nosso corpo, da nossa alma e do nosso coração.

Primeiro temos de gostar da pessoa que está ali ao nosso lado, sem isso nada mais pode existir. Mas para além do amor, amor de verdade e não aquele amor falso que existe nos dias de hoje, movido por interesses pessoais e egoístas, é necessário que uma relação nos faça sentir cem por cento à vontade com a outra pessoa: há vontade para concordar e discordar, há vontade quando os corpos se unem sem vergonha e sem medos, há vontade para contar os segredos mais sombrios, os sonhos mais loucos e os desejos mais insanos. Mas para isso é necessário que exista uma cumplicidade compartilhada e incondicional.

Uma relação tem que ter mãos dadas na ida ao cinema, no passei de carro, no café à beira mar. Uma relação tem também que ter entre-ajuda e apoio nem que seja enquanto um prepara o jantar o outro coloca a mesa. Gestos do dia a dia que criam intimidade.

Uma relação deve ter momentos de silêncios sem que nenhum dos dois se incomode ou se sinta constrangido. Tem que servir para estimular o que o outro tem de melhor, tem que nos fazer querer produzir, mas também nos fazer sentir maravilhosas mesmo de pijama e cara lavada.

Para que haja uma relação temos que nos sentir amparados nas nossas inquietações, para podermos confiar sem receios, para sabermos que existem diferenças entre nós mas que em momento nenhum essas diferenças magoam ou ferem ou outro. Tem que servir para rir e brincar, na rua e em casa....principalmente em casa a dois.

Uma relação tem que servir para acompanhar o outro ao médico, para repartir os problemas financeiros e cobrir as despesas um do outro em um momento de aperto. Tem acima de tudo que cobrir as dores um do outro num momento de tristeza e de dor, de compartilhar os risos e as vitórias.

Uma relação tem que servir para abrir uma garrafa de vinho e fazer amor pela noite dentro  e no fim  sentarmos e falarmos sem mentiras, sem enganos, sem jogos. Numa relação devemos estar abertos um para o outro e cientes que também devemos estar abertos para o mundo, para que juntos a estrada da vida seja um lugar mais verdejante e plano para percorrer!