segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Quando o amor acaba

Os poetas proclamam nos seus versos que o amor é eterno. Dizem os romances nas últimas letras da última página “ e viveram felizes para sempre”. Vemos nos filmes o beijo apaixonado antes do prelúdio da palavra fim, deixando no ar a certeza que o sentimento do amor por nada será vencido, que nunca acaba...

Mas acaba...o amor acaba e torna-se infértil dentro de nós, deixando secar as suas raízes, deixando em nós a aridez do deserto.

Sim o amor acaba. Acaba numa esquina qualquer, depois dum jantar comido entre meia dúzia de palavras ditas quase por obrigação ou no sabor do café que se toma já em silêncio. O amor acaba quando as mãos já não se procuram no passeio de Domingo ou no encostar da cabeça no ombro no escuro do cinema que não acontece.

O amor acaba quando a distância que nos separa é maior que a Oceânia mesmo quando o outro esta ali, á distância de uma mão. Acaba quando os corpos já não tremem de desejo, quando as costas se viram na noite que alberga o cansaço do dia e a solidão passa a ser a única companhia nos minutos compassados do relógio.

O amor acaba quando tudo o que fazemos nos ocupa mais tempo e nos dá mais prazer que a companhia do outro, quando evitamos o deitar juntos e consequentemente o toque na pele e  a intimidade que há muito deixou de existir e o beijo com sabor a paixão já se esqueceu .

O amor acaba quando passamos a admirar o desconhecido que se senta na mesa ao lado da nossa no café ou a colega de trabalho que sempre nos sorri com um bom dia, mesmo que saibamos que é por pura educação.

Sim, o amor acaba quando os sonhos já não são compartilhados e os planos deixaram de ser repartidos. Acaba quando olhamos para o outro e não sentimos a cumplicidade no olhar, nem a segurança do sentimento que devia pulsar no olhar, na vontade de ser e fazer o outro feliz!