Cada vez me convenço
mais que o amor não passa de uma mera ilusão criada pela nossa mente. Desde
tenra identidade ouvimos histórias de encantar, de príncipes e princesas, de
castelos e cavalos alados, onde no final todos viveram felizes para sempre. Crescemos
e voltamos a viver essa fantasia nos filmes que vimos e romances que lemos. Alimentamos sonhos e passamos a acreditar que
é possível existir esse sentimento tão nobre,tão puro e acima de tudo tão mágico.
Queremos viver esse sentimento, necessitamos desse mesmo querer, mas a cada
passo que damos estamos cada vez mais longe, mais distante do amor.
As desilusões
aparecem, as mentiras surgem para matar de vez esses sonhos. Percebemos que o príncipe
é apenas um personagem inventado e que o amor não passa de um terrível engano.
Vivemos rodeados de
mentiras, de uma imaturidade que fere mais que um punhal em brasa. Ficamos
horas a pensar nos porques, nas respostas que não satisfazem, nas perguntas que
nunca acabam e no final tudo se resume a necessidades de prazer momentaneo, sem
qualquer sentimento.
As relações são
vividas na mentira que dia a dia
criamos. As desculpas esfarrapadas passam a ser uma constante e a sinceridade,
componente essêncial no amor, é relevada para segundo e terceiro plano. A facilidade de um “amo-te”
é tão banal como respirarmos. Enganamos o outro, enganamos a nós próprios e
achamos que o amor é isso mesmo. Um beijo, um abraço, um “gosto de ti” para
depois procuramos no nosso mundo secreto, o que nos faz sentir prazer, tudo o
que realmente desejamos e queremos.
Afinal temos alguém
ali, ao nosso lado, que até escolhemos mas não preenche o nosso ser. Precisamos
de mais porque aquela pessoa não tem o corpo que queriamos, não tem a beleza
que admiramos, não tem a perfeição que encontramos em todas as outras pessoas
que desejamos, mas que não estão ao nosso alcance.
E por fim esquecemos que ninguém pode ser feliz
vivendo uma vida de mentiras, insistindo em se relacionar com imagens e não com aquilo
que realmente é, e que prosseguir assim só
poderá resultar em uma vida cheia de dor, tristeza e frustração.
Crescer não é fácil, pois pressupõe estarmos atentos o tempo todo às consequências de nossas atitudes. Mas sem este exercício, tão necessário ao amadurecimento, ficaremos eternamente enredados em nossas próprias infantilidades, e perderemos a chance de construir relacionamentos muito mais verdadeiros, onde ambos se revelem como realmente são, sem máscaras que ocultem o que desejam de verdade.
Crescer não é fácil, pois pressupõe estarmos atentos o tempo todo às consequências de nossas atitudes. Mas sem este exercício, tão necessário ao amadurecimento, ficaremos eternamente enredados em nossas próprias infantilidades, e perderemos a chance de construir relacionamentos muito mais verdadeiros, onde ambos se revelem como realmente são, sem máscaras que ocultem o que desejam de verdade.
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