Estranha é a noite que me envolve e que me cobre, num manto tecido com
fios de ausência, de dor e magoa. Deito-me na cama, corpo dorido, olhos
cansados, alma despida de sentidos.
No limiar do cansaço entrego-me à solidão.
Deixo para trás o que ganhei e o que perdi, os sonhos e os factos, o que disse
e o que calei, o que senti e o que deixei de sentir, quem amei e nunca tive,
quem iludi e nunca desejei . Olho o negro infinito e deixo-me devorar pelo
silêncio.
Entrego à noite a luz e adormeço sobre as sombras que dançam sobre
mim como folhas mortas numa tarde de Outono. Deixai-me aqui ficar inerte… no
doce e frio abraço da solidão.
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